domingo, 23 de março de 2014

Sobre o Erick


(desenho feito pelo Erick no paint)


Ele era um daqueles garotos que cresceram num mundo imaginário, tinha mágica, castelos, mundos paralelos e ele era o príncipe. Ele acreditava até onde podia, defendia suas ideias, e virou as costas para quem insistisse em dizer que coisas como mágica ou pra sempre não existiam.
Ele se questionava: Como pode não existir mágica? Ela existe. Em todas as coisas, em cada detalhe, em todos os seres. Em todos corações, a maioria só não sabe disso.
 Mas o Erick sabia, ah, sabia. Sabia que sua vida seria recheada de momentos únicos, inesquecíveis, e de sorrisos verdadeiros. Seria feliz como os personagens de seus livros empoeirados. Seus pais tentaram fazer com que ele não descobrisse tão cedo, tadinho, tão pequenino. Deixe que ele acredite mais um pouco. Já podemos contar? Ainda não. Ele não está preparado. E agora? Contamos? Não sei. Ele  não vai acreditar. É melhor deixar que a vida ensine…
E ensinou. A vida chegou, como um começo de tempestade, primeiro veio a brisa, transformou-se em um vento forte, levando seu amor, logo vieram os raios do destino, as rajadas de vento da realidade, destruindo tudo que ele acreditará, a chuva se misturará a lágrimas de sofrimento e o céu que costumava ser rosa com azul e roxo no seu mundo paralelo, agora era escuro e nada mais ele enxergava.
Ele tornou-se frágil, como uma caixa de papelão com a etiqueta frágil.
Não confiava em ninguém, não acreditava nas pessoas, se exilava de todos.
Ninguém entendia que ele precisava de um abraço que trouxesse segurança e um ''Vai ficar tudo bem'' sussurrado no pé do ouvido.
Por um tempo ele viveu. Quero dizer, apenas sobreviveu, não foi feliz, pessoas desacreditadas não são felizes. Podem evitar decepções, mais pra quem sofria tanto, isso era como estar no céu, calmo, tranquilo e sem emoções.
Talvez esse tal de amor não existisse mesmo e tudo que ele acreditava fosse baboseira.
Até no fim de noite de uma quarta-feira você apareceu, me ofereceu um abraço,  me mostrou o caminho do amor, do amor verdadeiro, aquele que vem de dentro pra fora, me mostrou que podemos deixar de ser caixinhas frágeis e passarmos a sermos luz.
Ensinou que a felicidade não está em nada que podemos tocar com as mãos, ou ver com os olhos, nada externo nos trás a felicidade, nada que você pode comprar ou ter vai te fazer feliz. É muito além disso.
Por mais que deixemos de acreditar em mágica, um dia ela acontece. Por mais que você fuja, corra e se negue, um dia vai aparecer alguém que vai te abraçar e cuidar de você, e te ensinar o caminho do amor, sem sofrimento, apenas amor.
Você vem comigo? Posso cuidar de você? Eu amo você.


Erick Mafra

terça-feira, 7 de janeiro de 2014

Um Oceano chamado Erick





Era uma madrugada escura e vazia, ventava eu andava sobre a areia gelada da praia, medo eu sentia, até que comecei a enxergar tudo claramente. 
Você é como um pequeno barco aconchegante, quente e seguro.
Eu sou como um oceano instável, em constante tempestade.
Você não parece ter medo de mim, da minha tempestade.
Pelo contrário, parece querer ir bem no meio, no centro do furacão que existe em meu coração devastado, desconfiado, gelado.
Você parece confiante, parece ter o poder de me acalmar, parece me enxergar mais que apenas um oceano instável, você consegue ver além da tempestade, das ondas de dor, você consegue ver como posso ser quente e refrescante ao mesmo tempo, calmo e feliz, frágil como o quebrar das ondas que tomam conta de mim, você consegue ver que ainda posso ter nascer do sol refletindo toda manhã em mim. 
Mas agora não é assim que sou.
Volto a realidade.
Ainda é noite, ainda venta, ainda estou sozinho em frente ao oceano.
Pegue seu barco, entre de cabeça sem olhar pra trás ou mude a direção, fuja de mim.
Muitos fugiram.
Eu fugia.

Erick Mafra

quarta-feira, 11 de dezembro de 2013

Minhas asas não sangram mais





Eu voava, você voava comigo.
Nós atravessávamos as nuvens, ignorávamos todos que viviam lá embaixo, nosso amor era único, singular,  feito para encaixar como uma impressão digital, nós conversávamos pelo brilho dos nossos olhos.
Mas eu era tolo, eu demorei pra perceber que você nunca foi como eu.
Eu te carregava sob minhas asas, te levava a lugares que você nunca foi, te falava sobre o infinito e o pra sempre.
Minhas asas começaram a se cansar, você não se importou, eu aguentei o máximo que pude, sem desistir, tentei, tentei, tentei.
Minhas asas começaram a sangrar, eu comecei a cair, você me soltou durante a queda, quando eu mais precisei de você. Conforme eu ia caindo, um frio tomava conta da minha alma, cenas passavam pela minha cabeça, eu conseguia ver tudo, eu estava cego.
Eu me sentia sozinho, tinha medo do mundo lá embaixo.
Cai e bati com o rosto no chão frio, levou um tempo, mas levantei, minhas asas sangravam.
Percebi que nunca estive sozinho, por mais distante que estivesse dos meus amigos, eles me disseram que me observavam voar, sempre.
Cuidaram das minhas asas, cuidaram de mim, trocaram os curativos e confortaram meu coração.
Eu prometi nunca mais voar.
Eu andava sozinho, num sábado a noite, ainda machucado, ainda com curativos.
Conheci estranhos, você estava entre eles.
Mamãe dizia para nunca confiar em estranhos. Mal sabe ela, que eu amo estranhos.
Houve um tempo sem confiança, houve um tempo sem amor, houve um tempo cheio de mentiras e dor.
Mas agora eu vejo que cada mágoa foi uma lição, minhas mágoas eu nunca as guardei, eu sempre as usei, não tenho mágoa de ninguém, tenho apenas gratidão.
Aqui embaixo conheci alguém que não tem asas, pé no chão, mas que parece não se importar de me deixar voar, pois sabe que eu vou voltar.
Eu percebi que você era meu arco-íris duplo.
Foi no dia em que tiramos uma foto juntos, e você – inesperadamente - colocou as mãos nas minhas costas como se eu pertencesse à você.
Foi no dia em que te apresentei uma das minhas bandas favoritas e você as suas.
Foi no dia em que nossos olhares se cruzaram, desviaram, tentaram resistir.
Foi no dia em que nossos corpos soltaram faíscas, como se fossem causar um incêndio.
Foi no dia em que fiquei te provocando, dizendo que nós éramos ''só amigos''.
Foi no dia em que percebi que você era uma das poucas pessoas que conseguia me ver como eu realmente era. Frágil.
Se não fossem as mágoas como eu estaria naquela estrada a noite e conheceria você lá?
Você é meu oposto em todos os sentidos, e eu gosto disso.
As pessoas procuram certeza e segurança em outras pessoas.
Eu não preciso procurar coisas que já tenho comigo.
Agora estou pronto para voltar aos céus,  toda manhã ele vai estar rosa com azul e roxo,
eu me sinto como um pássaro que sempre volta ao seu ninho, eu vou voar, mas sempre irei voltar.
Minhas asas não sangram mais.




Erick Mafra




segunda-feira, 2 de dezembro de 2013

Erick por que não olha nos meus olhos?






- Erick por que não olha nos meus olhos?

(Por alguns segundos sua pergunta ecoa em meus pensamentos.
Quer mesmo saber?
Porque eu morro de medo de altura. Tenho medo de cair para dentro de você. Há nos seus olhos castanhos, certos desenhos que me lembram montanhas, cordilheiras vistas lá do alto, em miniatura. Então, eu logo desvio os meus olhos para amarrá-los em qualquer pedra no chão e me salvar da paixão, da dor, do amor.  Mas, hoje, meus olhos não encontraram pedra. Encontraram flor. E eu me agarrei às pétalas o mais que pude, sem sequer perceber que estava plantada num desses abismos, dentro dos seus olhos.) 

- Porque eu tenho mucha vergonha.

Erick Mafra




sexta-feira, 22 de novembro de 2013

A história de um fantasma




Dizem que ele não era assim, até ser tocado pelo gelo da realidade. 
Durante a noite, ele chega com um sorriso tímido, como uma brisa resfrescante e gelada numa noite quente.
Ele acredita no pra sempre e em pessoas boas.
Com cheiro de baunilha e inocência, vai te falar sobre anjos e sobre o infinito. 
Eu sou como verão indiano em meio ao inverno. 
Eu sou como um doce com uma surpresa no final. 
Como o diabo pode arrastar você para alguém que parece um anjo quando sorri pra você? 
Quando você acordar eu ja estarei distante. 
Um estranho que desaparece como vapor. 
Bem aqui no ar frio que eu finalmente posso respirar, você nunca vai me encontrar, 
frio nunca me incomodou mesmo. 

Um fantasma

segunda-feira, 18 de novembro de 2013

Você liga?





Só por hoje você me deixa rir a madrugada inteira até a barriga doer?
E se eu te colocar um apelido idiota?
E se eu falar que somos gordos ou obesos por fugirmos as 3 da manhã pra comer fora?
E se eu por um nome na sua barriga e dizer que ela tem vida própria? 
E se eu me apoiar em você nas subidas ou nos bancos?
E se eu te fazer assistir o filme da Katy e outros favoritos várias vezes, você liga?
E se eu colocar Walking on air  ou Double Rainbow no repeat do seu carro?
E se eu fizer seu braço doer enquanto dormimos abraçados?
Você liga? Mesmo?
E se você pegasse minhas manias idiotas e repetisse sem querer?
Você não liga? Mesmo, mesmo?? Mesmo??? De verdade verdadeira? Tipo mesmo?
Não precisa ter ciúmes de mim com ninguém, eu vou ser só teu.
Mas e seu eu te contasse que sou atrasado. Que fico distante e as vezes e me afogo nos meus próprios pensamentos. Você me trás de volta?
Com um beijo ou brigas?
E se eu te disser que ainda coleciono nenéns, assim que chamo meus brinquedos, você me acharia criança demais?
E que as vezes coloco fogo na cozinha de casa e sou tri desastrado.
Que só amei uma vez na vida, que sou complicado, que tenho medo de filme de terror. Você ficaria mesmo assim?
E que eu não teria medo de te perder, mas isso não quer dizer que eu não te ame mais. 
E se eu falar que odeio manhãs e que quando for dormir ai, vamos acordar tarde e perder a hora, mas eu não ligo, você liga?
Você liga?
Você me acha louco? 
Só não me julgue pela capa.
Eu sou um livro novo com poucas páginas, mas escrito com desenhos de lápis de cor, tinta guache e até aquarela, páginas faltando e lápis grafite com palavras em várias línguas diferentes, um pouco apagadas por lágrimas.
Não tente ler ou entender, você vai se perder. 
Apenas continue a história. 
Fala pra mim. Qual a graça de mergulhar em pessoas razas? Mergulha em mim, mergulha de cabeça, sem medos, eu sou mais que só essa capa.

Erick (Voltando a escrever) Mafra


quarta-feira, 20 de março de 2013

Preto e Branco


Você lembra de quando a gente se conheceu? Tocava Foster the people nas rádios e Lana del Rey não tinha nem lançado um cd, mas já era a nossa trilha sonora, os dias juntos passavam como minutos, as tardes num tom de laranja eram preguiçosas e as noites eram frias recheadas de aventuras boas e ruins, bom, eu sempre fui muito azarado, um imã que sempre atraí desastres naturais e não naturais, só não quis te contar logo de cara, deixei você descobrir aos poucos, e você descobriu mas não se importou, não se importou com a minha implicância e a minha criançisse, soube lidar com meu pior e aproveitar o meu melhor, eu olho pro passado e penso, o destino não era malvado com o nosso amor igual nós falávamos aos risos a cada problema hilário, ele nos transformou e nos evoluiu cada vez mais, e olha pra você, olha pra mim, não tem muita diferença aos olhos, mas será que em algum mundo paralelo existem duas pessoas iguais a nós, que podem gritar para o mundo que acha qualquer coisa clichê e dizer sem medo ou vergonha: O amor supera tudo.

Erick Apaixonado Mafra