terça-feira, 7 de janeiro de 2014

Um Oceano chamado Erick





Era uma madrugada escura e vazia, ventava eu andava sobre a areia gelada da praia, medo eu sentia, até que comecei a enxergar tudo claramente. 
Você é como um pequeno barco aconchegante, quente e seguro.
Eu sou como um oceano instável, em constante tempestade.
Você não parece ter medo de mim, da minha tempestade.
Pelo contrário, parece querer ir bem no meio, no centro do furacão que existe em meu coração devastado, desconfiado, gelado.
Você parece confiante, parece ter o poder de me acalmar, parece me enxergar mais que apenas um oceano instável, você consegue ver além da tempestade, das ondas de dor, você consegue ver como posso ser quente e refrescante ao mesmo tempo, calmo e feliz, frágil como o quebrar das ondas que tomam conta de mim, você consegue ver que ainda posso ter nascer do sol refletindo toda manhã em mim. 
Mas agora não é assim que sou.
Volto a realidade.
Ainda é noite, ainda venta, ainda estou sozinho em frente ao oceano.
Pegue seu barco, entre de cabeça sem olhar pra trás ou mude a direção, fuja de mim.
Muitos fugiram.
Eu fugia.

Erick Mafra